
Um era da geração coca-cola, eternizou em música o amor de Eduardo e Mônica, os dramas de João de Santo Cristo e via refletido em espelhos um mundo doente.
O outro era um maior abandonado, exagerado, sem ideologias, dono de segredos de liquidificador, que tinha sua própria receita para o dia nascer feliz.
"Quem viveu a geração 80 pode entender de forma mais objetiva alguns pontos do rock nacional da década. Quem não viveu vai poder entender esse momento tão rico da poesia do rock brasileiro", afirma o autor.
Para Silveira, ambos têm pontos em comum. "A poesia de ambos era autobiográfica. Mas ao expressar o que sentiam como indivíduo acabaram retratando o imaginário dos jovens da época", disse ele.
As canções dos vocalistas da Legião Urbana e do Barão Vermelho podem ser vistas como uma forma de memória cultural.
Sem ideologias, politizados, mas não militantes, os jovens tentaram seguir novos rumos, apesar de problemas como a inflação, o surgimento da Aids (doença que matou os dois ídolos) e os conflitos de um país onde a democracia dava seus primeiros suspiros após ditadura militar.
A pesquisa que gerou o livro se fundamenta teórico-metodologicamente em Jacques Derrida, Mikhail Bakhtin, Octavio Paz, Eneida Maria de Souza e Michel Foucault.
Os conceitos teóricos se diluem ao longo do texto, aproximando o conceito de poético e permitindo assim a leitura de Renato Russo e Cazuza como a poética da travessia.
Fonte: JB Online
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