
Ser entrevistado não é a tarefa mais divertida para Zeca. Por isso, o cantor tenta a todo momento transformar a burocracia em conversa. Fala do samba, dos amigos, da família. "Noah não vai ao meu show. Está com a agenda cheia. Tem um aniversário atrás do outro para ir", brinca Zeca sobre o neto de oito meses. "Quando viajo, a gente se fala por telefone. Eu sinto saudade dele, mas também tenho saudade do palco e do povo de São Paulo", continua, retomando sua turnê ao assunto.
O show na capital paulista faz parte da promoção do recém-lançado "Vida da Minha Vida", 22º título da discografia de Zeca, que agora recupera os temas românticos para o seu repertório. "O povo sente saudade dos sambas de dor de cotovelo", ele fala sobre faixas como "Desacerto", "Hoje Sei Que Te Amo" e "Pela Casa Inteira". "O samba é bom de qualquer jeito, mas pode vir com um toque melancólico. Mas não muito melancólico, com aquela coisa de botar nego pra chorar, né?".
Além de músicas do novo trabalho --"não vai ser o disco inteiro", ele avisa--, estão no show outros sucessos da carreira de Zeca, como "Verdade", "Samba Pras Moças" e "Deixa a Vida Me Levar". Está programada ainda uma homenagem a grandes nomes da música. "Tem Nelson Cavaquinho, cem anos de Noel Rosa, de Adoniran Barbosa, cem anos de muitos outros. Tem um bocado de gente para homenagear no palco".
O novo disco tem colaborações, entre outros, de Alcione, Velha Guarda da Portela, Velha Guarda do Império Serrano, Moacyr Luz, Dona Ivone Lara e Beth Carvalho, a quem Zeca considera sua madrinha no samba e dedica "Vida da Minha Vida". Nenhum deles, no entanto, deve participar do show. "Bom, não que eu saiba. Porque toda vez aparece alguém. Dudu [Nobre], Arlindo [Cruz], tem sempre um passando na plateia, e aí vai parar no palco também".
O lançamento da turnê coincide com a semana de comemoração do Dia Nacional do Samba, celebrado nesta última quinta-feira (2). Zeca diz que o cenário para o gênero "'tá' legal, 'tá' todo mundo trabalhando. O samba não vai morrer, tem que deixar o pessoal cantar, e que se dane. Melhor que ficar aí roubando os outros. Cantar é bom".
Após a estreia em São Paulo, no Credicard Hall, onde o cantor volta a se apresentar no sábado (4), o show segue para o Rio de Janeiro (Citibank Hall) nos dias 10 e 11 de dezembro, e no dia 17 vai para o sul, na cidade de Pelotas.
Por Mariana Tramontina
Fonte: Uol
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